jueves, 23 de agosto de 2012


Degelo no Himalaia pode ser 


maior do 




que se pensava, diz estudo



Cientistas apontam perda de 21 centímetros de gelo por ano na região.
Dados colhidos por satélite da Nasa não são conclusivos, diz pesquisador.

Do Globo Natureza, em São Paulo 
Imagem aérea da geleira e do lago de Imja, no Nepal, área do Himalaia. O lago surgiu em 1960, segundo cientistas (Foto: J. Kargel/Universidade do Arizona/Divulgação)Imagem aérea da geleira e do lago de Imja, no Nepal, região do Himalaia. O lago surgiu em 1960, segundo cientistas (Foto: J. Kargel/Universidade do Arizona/Divulgação)


Um estudo publicado na revista "Nature" nesta quarta-feira (22) mostra que o derretimento de gelo no Himalaia pode ser maior do que o estipulado no último levantamento, divulgado em fevereiro deste ano.

Para o novo estudo, foram usados dados de um satélite da agência espacial americana (Nasa) o ICESat, lançado em 2003 para medir mudanças na cobertura de gelo nas calotas polares.Na pesquisa anterior, foram analisadas informações do satélite GRACE ("Experimento Climático e Reparação da Gravidade", na tradução do inglês). Cientistas estimaram, na época, que o Himalaia perdia cerca de cinco gigatoneladas de gelo por ano.

O novo estudo mostra que o Himalaia perdeu 12 gigatoneladas de gelo por ano entre 2003 e 2008, mais do que o dobro do previsto anteriormente. Como o ICESat é preparado para medições nos polos, seus dados tiveram que ser revisados sistematicamente pelos cientistas, segundo a "Nature".

As geleiras do Himalaia incluem partes da China, Paquistão, Índia e Nepal, além do famoso Monte Everest e o K2, a segunda montanha mais alta da terra.
Região da geleira de Kimjung, no Himalaia
(Foto: S. Bajracharya/Divulgação)

Diminuição
O derretimento significou uma diminuição de 21 centímetros de gelo no Himalaia por ano, segundo o cientista que lidera a pesquisa, Andreas Kääb, da Universidade de Oslo (Noruega). O valor "ainda é menor do que a estimativa global para [o derretimento] de geleiras e calotas polares", segundo a Nature.

Kääb afirma que os dados não são conclusivos, já que há perda de gelo maior ou menor dependendo da região do Himalaia. No noroeste da Índia, por exemplo, as geleiras derreteram 66 centímetros por ano.

O resultado pode ser usado como base para pesquisas futuras, mas uma análise do destino das geleiras exigiria coleta de dados por décadas, afirma Kääb. Para ele, o objetivo maior do estudo é "mostrar uma nova forma de usar os dados do ICESat".

Em um primeiro estudo usando dados do satélite GRACE, em 2010, cientistas avaliaram que as geleiras do Himalaia e do planalto tibetano enfrentavam perda de cerca de 50 gigatoneladas de gelo por ano, devido ao derretimento. Este resultado, no entanto, foi refutado pela pesquisa de fevereiro deste ano, que avaliou os mesmos números e chegou a outra conclusão.
Imagem gerada por satélite mostra a região da geleira de Imja, no Nepal (Foto: T. Bolch/Universidade de Zurique/Divulgação)Imagem gerada por satélite mostra a região da geleira de Imja, no Nepal (Foto: T. Bolch/Universidade de Zurique/Divulgação)

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