Aliança pela Amazônia
quer reduzir
emissões de CO2 e conservar
aldeias
Congresso na Coreia do Sul vai debater conservação de índios na floresta.
Aldeias terão plano diretor ‘de vida’ das terras, diz especialista brasileiro.
Uma nova estratégia de conservação das terras indígenas da Amazônia começa a ser definida nesta terça-feira (11) durante o Congresso Mundial da Natureza, que acontece até o dia 15 de setembro na Ilha Jeju, na Coreia do Sul.
A proposta resulta de uma aliança entre a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que promove o congresso a cada quatro anos, a Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônia (Coica) e a organização não-governamental WWF.
Segundo Claudio Maretti, integrante da comissão de especialistas em áreas protegidas e funcionário do WWF Brasil, a aliança pretende divulgar a importância das terras indígenas da Amazônia para a redução das emissões de carbono e a conservação da biodiversidade, bem como oferecer ajuda na gestão de seus recursos naturais.
“Hoje conseguimos que as terras indígenas fossem reconhecidas como espaço de conservação. Isso significa reconhecer o serviço que os indígenas prestam a nós, no sentido de melhorar o clima e proteger a biodiversidade, e ajudá-los com recursos para proteger suas terras”, disse Maretti ao G1 nesta segunda-feira (10).
Claudio Maretti, conselheiro da IUCN e integrante
do WWF (Foto: Divulgação/WWF)
Sobrevivência de aldeias a longo prazo
O grupo também vai estruturar planos para garantir a longevidade das terras, chamados “planos de vida”.
De acordo com Maretti, que é conselheiro da IUCN, a estratégia será avaliar se é necessário ter a presença de uma aldeia em uma área de fronteira, onde há mais pressão sobre ocupação da terra, bem como unir o conhecimento técnico de especialistas à experiência tradicional dos índios em atividades como a pesca.
A estratégia também engloba a gestão de bacias hidrográficas acima das terras indígenas. Um exemplo citado pelo especialista é o Parque Indígena Xingu, onde o desmatamento em torno das cabeceiras dos rios que estão fora do parque prejudicam as águas que correm para as terras indígenas.
Conforme destaca o especialista, as áreas protegidas da Amazônia representaram 37% da redução de emissões de carbono no mundo entre 1995 e 2005. “Desde que o mundo começou a tratar a questão da mudança climática, na Rio 92 [Conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento], o maior resultado da redução de emissões é o da Amazônia. Isso prova que as áreas protegidas oferecem um serviço ao mundo”.
Na Amazônia brasileira, 23% da área está protegida em parques e reservas e outros 22% em terras indígenas, informa Maretti. Com os parques mais as terras indígenas juntos temos a chance de proteger a Amazônia”, conclui.
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